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Golpes telefônicos voltam a fazer vítimas

Golpes telefônicos voltam a fazer vítimas

Francisco Gomes Júnior, advogado especialista em direito digital, alerta para o crescimento desse tipo de golpe e explica como os criminosos agem

Autor: Francisco Gomes JúniorFonte: 0 autor

Com a era digital, passamos a ter acesso a novas tecnologias e agora com o 5G em operação, o acesso à internet ganhará maior velocidade e segurança. É uma revolução tecnológica que influenciará vários setores da sociedade, como o de saúde (onde a telemedicina terá grande evolução), o do agronegócio (controle de toda produção e custeio online) e o de games (jogos em realidade virtual mais desenvolvidos e imersivos).

Os golpes e fraudes também passaram a ser digitais, utilizando-se de tecnologia. O phishing teve exponencial crescimento, aquele golpe em que se clica em um link malicioso que pode “pescar” dados de seu celular ou computador. Outros golpes utilizam-se de aplicativos de conversação para pedir dinheiro se passando por outra pessoa ou mandando e-mails falsos como se fossem do banco onde a vítima mantém conta.

De acordo com Francisco Gomes Júnior, advogado especialista em direito digital e presidente da ADDP (Associação de Defesa de Dados Pessoais e Consumidor), os golpes digitais continuam acontecendo, no entanto, como muitos alertas são emitidos para que as pessoas não cliquem em links e não confiem em superpromoções, a modalidade dos golpes telefônicos voltou a crescer, agora praticados com uma boa elaboração, ou seja, por quadrilhas profissionais.

Nos últimos tempos a maior dor de cabeça para quem atende um telefonema é as chamadas de telemarketing, mas, ao que tudo indica, os cuidados devem ser redobrados, novos golpes são praticados por meio da conversa telefônica. Não se trata do golpe do falso sequestro, onde se alegava estar com algum parente da vítima para exigir valores ou créditos de celular, temos agora fraudes mais bem elaboradas.

“O golpe do hospital está fazendo vítimas. Alguém entra em contato com uma pessoa que tem um parente internado em hospital (muitas vezes na UTI – Unidade de Terapia Intensiva) e informa que há a necessidade de realizar exames que não são cobertos pelo plano de saúde. Então solicitam o depósito de valores em uma conta bancária, de preferência através de uma transferência via PIX e pressionam dizendo que há urgência, pois caso contrário os exames não serão feitos, colocando em risco a vida do paciente. Obviamente que, a conta não é do hospital, mas sim do golpista. O que dá credibilidade ao golpe é o fato de durante a ligação serem mencionados vários dados pessoais da pessoa internada”, explica Gomes Júnior.

Trata-se de um golpe cruel, que explora a fragilidade emocional das vítimas e que as pressionam para agirem rapidamente. Portanto, se estiver com algum parente internado e receber uma ligação, a dica é ficar atento ao número que está ligando, verificar se é mesmo o número do hospital. É aconselhável ainda entrar imediatamente em contato com o próprio hospital, pois a maioria das instituições não solicita transferências bancárias por telefone.

“Além do golpe do hospital, são praticados por ligações telefônicas o golpe do empréstimo consignado (onde se oferece empréstimo com vantagens mediante um depósito prévio), o vishing (o golpista busca conquistar a confiança da vítima ao telefone para persuadi-la a fornecer dados) e o da ligação premiada (golpe onde se informa a quem atende o telefone sua premiação em alguma promoção, muitas vezes de uma emissora de televisão, bastando que a vítima realize o depósito de cadastro para a liberação do prêmio),” finaliza o especialista.

Com a volta no crescimento dos golpes telefônicos é necessário redobrar a atenção e orientar parentes e pessoas mais vulneráveis dos cuidados que devem tomar, principalmente o de não fornecer nenhum dado por telefone. No caso de cair em algum golpe, a orientação é que se faça boletim de ocorrência (pode ser feito pela internet) para que se abra uma investigação e que se tente capturar os criminosos, evitando assim novas vítimas.