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Como conseguir dinheiro em tempos de crise As pequenas empresas costumam ser as primeiras vítim

Como conseguir dinheiro em tempos de crise As pequenas empresas costumam ser as primeiras vítim

Fonte: PEGN
Como faz todos os meses, o empresário Cláudio Dias procurou, em outubro, dois bancos em busca de financiamento de capital de giro para a Syntax, sua fábrica de computadores com 80 funcionários em Ilhéus, na Bahia. Mas, dessa vez, o desfecho foi diferente. Um dos gerentes o deixou de mãos vazias. Alegou que a linha de crédito tinha sido temporariamente suspensa. Na segunda instituição, encontrou dinheiro. Mas viu-se obrigado a pagar uma taxa mensal de 2,5% pelo desconto de duplicatas - um aumento de 40% na comparação com o mês anterior. O caso está longe de ser único. Nestes tempos de escassez de crédito e incerteza na economia, o acesso ao dinheiro ficou mais difícil. As taxas para alguns pequenos negócios chegaram a dobrar em outubro, de acordo com o economista Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Associação dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Em setembro, os juros médios mensais dos financiamentos para empresas atingiram 4,36%, o maior patamar desde maio de 2006, com aumento de 2,11% sobre agosto. As taxas de outubro, que são divulgadas neste mês, devem bater novo recorde. "A tendência é de alta para os próximos dois ou três meses", afirma Oliveira. Mesmo para quem está disposto a pagar mais, o acesso a empréstimos ficou difícil. O limite de crédito caiu até 50% em outubro na comparação com o início de setembro. Os prazos também recuaram. Nas linhas de desconto de duplicata, por exemplo, era possível financiar capital de giro em até seis meses. Em outubro, o prazo caiu pela metade para muitos empresários. Para piorar as coisas, cresceu a exigência de garantias. Nas linhas de capital de giro, os bancos costumavam exigir duplicatas no valor de 110% da quantia financiada. Em outubro, esse valor chegou a 150%. Para ajudar a combater o problema, o Sebrae anunciou no mês passado a liberação de R$ 30 milhões para a formação de dez sociedades de garantia de crédito - instituições formadas por micro e pequenos empresários para complementar as garantias exigidas de seus associados.